"Eu dormia, mas o meu coração velava; eis a
voz do meu amado, que está batendo: Abre-me a porta, minha irmã, querida minha,
pomba minha, imaculada minha, porque a minha cabeça está cheia de orvalho, os
meus cabelos, das gotas da noite. Já despi a minha túnica, hei de vesti-la
outra vez? Já lavei os meus pés, tornarei a sujá-los?" Cântico dos
Cânticos 5.2-3 – RA
Nos versos acima, vemos que no momento
em que a esposa não esperava, o esposo bateu à porta. Depois que ela havia
terminado seus afazeres, tomado um banho, tirado as suas vestes, e deitado na
sua cama, o esposo veio e bateu na porta. Como ela já havia se despido, ali ela
ficou até que resolveu se levantar e o esposo já havia ido embora.
O Livro Cântico dos Cânticos não
diferentemente de todos os outros livros da Palavra de Deus aponta para Jesus,
como nos diz Lucas 24.27:
“E, começando por Moisés, discorrendo por todos os
Profetas, expunha-lhes o que a seu respeito constava em todas as Escrituras.”
Lucas 24.27 – RA
Logo concluímos que, o esposo batendo
na porta, é o nosso Amado Jesus, e a esposa em seu leito, é a sua amada Igreja.
Quem é a Igreja?
Etimologicamente, a palavra Igreja, é
formada por dois radicais gregos: ek, que significa, para fora,
e klesia,
que significa chamado. Unindo esses dois radicais formamos a palavra ekklesia,
chamados para fora.
Este é o objetivo da Igreja, ser
despenseiros (mordomos ou administradores que prestarão contas de seus dons) da
multiforme graça e sabedoria de Deus para as pessoas que estão ‘fora’,
perdidas, desamparadas, afligidas, encarceradas, ou seja, estão do lado de
‘fora’ do grande projeto de Deus para a humanidade, a SALVAÇÃO.
“Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que
recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus.” I Pedro 4.10 – RA
“Para que, pela igreja, a multiforme sabedoria de
Deus se torne conhecida, agora, dos principados e potestades nos lugares
celestiais, segundo o eterno propósito que estabeleceu em Cristo Jesus, nosso
Senhor.” Efésios 3.10-11 – RA
As vestes da esposa, a Sulamita (uma
forma feminina de Salomão), como Salomão se refere à sua donzela, já haviam
sido despidas, e ela já havia se lavado. Ela não queria ter o incomodo de se
vestir e ter que se lavar novamente.
Essa atitude de Sulamita nos revela
muitas vezes, como a Igreja, se encontra acomodada em seus aposentos. Ela já
havia tirado suas vestes de missões, não queria ter trabalho de vesti-la
novamente.
Estamos vivendo dias em que os membros
de uma determinada organização eclesiástica se sentem com o dever cumprido por
ver as redes funcionando, os ministérios desta organização fluindo, os
departamentos bem organizados, mas Jesus não nos chamou para sermos
participantes ou co-participantes de atividades eclesiásticas. Jesus nos chamou
para fora, nos chamou para fazer discípulos. Jesus nos nomeou como
administradores, como na Parábola dos Talentos (MT 25.14-30), que devem cumprir
com êxito o seu chamado, e o maior chamado que o crente tem é fazer discípulos
para Jesus. Porque precisamos sempre lembrar, que mesmo nós, que somos
pastores, diante do grande e bom Pastor, somos apenas ovelhas. Os discípulos
serão sempre DELE.
Certa vez, Jesus ia voltando de
Betânia, e passou próximo a uma figueira bem folhada. Jesus teve fome e desejou
comer o fruto daquela figueira.
“Cedo de manhã, ao voltar para a cidade, teve fome;
e, vendo uma figueira à beira do caminho, aproximou-se dela; e, não tendo
achado senão folhas, disse-lhe: Nunca mais nasça fruto de ti! E a figueira secou
imediatamente.” Mateus 21.18-19 – RA
Aparentemente, aquela árvore parecia
ser uma árvore frutífera. De longe se notava nela as folhas, mas ao se
aproximar dela, Jesus não pôde saborear seus frutos, porque não havia frutos.
Assim, acontece com muitos crentes, participam de muitas atividades eclesiásticas, como festas, congressos, mas não tem fruto. O objetivo de
qualquer coisa que fizermos precisa gerar glória para Deus, precisa gerar
fruto, fruto de almas convertidas a Jesus.
“Portanto, acolhei-vos (amparar;
agasalhar com a Verdade capaz de salvar) uns aos outros, como
também Cristo nos acolheu para a glória de Deus.” Romanos 15.7 – RA
E, sabe qual é o fruto que o Senhor
procura?
O fruto que permanece.
“Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo
contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei (nomeei;
convoquei; dei a missão) para que vades e deis fruto, e o vosso
fruto permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele
vo-lo conceda.” João 15.16 – RA
Não basta apenas ganhar uma vida,
precisamos consolidá-la na fé em Cristo Jesus. Precisamos gerá-la no amor de
Cristo. Ampará-la com a verdade da cruz. Alimentá-la. Gastar tempo com esta
vida. Considerá-la como um verdadeiro irmão na fé, e talvez, sermos para ela
uma referência de paternidade espiritual.
Jesus estava batendo na porta, mas a
esposa estava tão acomodada em sua cama, repousando, que não ousou levantar-se
em tempo oportuno.
Jesus nos chamou para uma obra que tem
trabalho. Jesus nunca disse que seria uma tarefa fácil:
1º Porque exige
esforço:
“Desde os dias de João Batista até agora, o reino
dos céus é tomado por esforço, e os que se esforçam se apoderam dele.” Mateus
11.12 – RA
2º Porque tem pouca
gente para muito trabalho:
“E, então se dirigiu a seus discípulos: A seara, na
verdade, é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da
seara que mande trabalhadores para a sua seara.” Mateus 9.37-38 – RA
Então, precisamos nos render a Jesus
sem reservas para que Ele receba a recompensa do seu sacrifício, e demonstramos
isso a Ele quando geramos filhos para Deus.
“Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito
fruto; e assim vos tornareis meus discípulos.” João 15.8 - RA
Shalom.
Pra. Nínive Alves.
Deus vos abençoe na mesma proporção
que me abençoou com esta palavra.
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