quinta-feira, 21 de agosto de 2014

O CHAMADO PARA FORA


"Eu dormia, mas o meu coração velava; eis a voz do meu amado, que está batendo: Abre-me a porta, minha irmã, querida minha, pomba minha, imaculada minha, porque a minha cabeça está cheia de orvalho, os meus cabelos, das gotas da noite. Já despi a minha túnica, hei de vesti-la outra vez? Já lavei os meus pés, tornarei a sujá-los?" Cântico dos Cânticos 5.2-3 – RA

 Nos versos acima, vemos que no momento em que a esposa não esperava, o esposo bateu à porta. Depois que ela havia terminado seus afazeres, tomado um banho, tirado as suas vestes, e deitado na sua cama, o esposo veio e bateu na porta. Como ela já havia se despido, ali ela ficou até que resolveu se levantar e o esposo já havia ido embora.

O Livro Cântico dos Cânticos não diferentemente de todos os outros livros da Palavra de Deus aponta para Jesus, como nos diz Lucas 24.27:

“E, começando por Moisés, discorrendo por todos os Profetas, expunha-lhes o que a seu respeito constava em todas as Escrituras.” Lucas 24.27 – RA

Logo concluímos que, o esposo batendo na porta, é o nosso Amado Jesus, e a esposa em seu leito, é a sua amada Igreja.

Quem é a Igreja?
Etimologicamente, a palavra Igreja, é formada por dois radicais gregos: ek, que significa, para fora, e klesia, que significa chamado. Unindo esses dois radicais formamos a palavra ekklesia, chamados para fora.

Este é o objetivo da Igreja, ser despenseiros (mordomos ou administradores que prestarão contas de seus dons) da multiforme graça e sabedoria de Deus para as pessoas que estão ‘fora’, perdidas, desamparadas, afligidas, encarceradas, ou seja, estão do lado de ‘fora’ do grande projeto de Deus para a humanidade, a SALVAÇÃO.

“Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus.” I Pedro 4.10 – RA

“Para que, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus se torne conhecida, agora, dos principados e potestades nos lugares celestiais, segundo o eterno propósito que estabeleceu em Cristo Jesus, nosso Senhor.” Efésios 3.10-11 – RA

As vestes da esposa, a Sulamita (uma forma feminina de Salomão), como Salomão se refere à sua donzela, já haviam sido despidas, e ela já havia se lavado. Ela não queria ter o incomodo de se vestir e ter que se lavar novamente.

Essa atitude de Sulamita nos revela muitas vezes, como a Igreja, se encontra acomodada em seus aposentos. Ela já havia tirado suas vestes de missões, não queria ter trabalho de vesti-la novamente.

Estamos vivendo dias em que os membros de uma determinada organização eclesiástica se sentem com o dever cumprido por ver as redes funcionando, os ministérios desta organização fluindo, os departamentos bem organizados, mas Jesus não nos chamou para sermos participantes ou co-participantes de atividades eclesiásticas. Jesus nos chamou para fora, nos chamou para fazer discípulos. Jesus nos nomeou como administradores, como na Parábola dos Talentos (MT 25.14-30), que devem cumprir com êxito o seu chamado, e o maior chamado que o crente tem é fazer discípulos para Jesus. Porque precisamos sempre lembrar, que mesmo nós, que somos pastores, diante do grande e bom Pastor, somos apenas ovelhas. Os discípulos serão sempre DELE.

Certa vez, Jesus ia voltando de Betânia, e passou próximo a uma figueira bem folhada. Jesus teve fome e desejou comer o fruto daquela figueira.

“Cedo de manhã, ao voltar para a cidade, teve fome; e, vendo uma figueira à beira do caminho, aproximou-se dela; e, não tendo achado senão folhas, disse-lhe: Nunca mais nasça fruto de ti! E a figueira secou imediatamente.” Mateus 21.18-19 – RA

Aparentemente, aquela árvore parecia ser uma árvore frutífera. De longe se notava nela as folhas, mas ao se aproximar dela, Jesus não pôde saborear seus frutos, porque não havia frutos. Assim, acontece com muitos crentes, participam de muitas atividades eclesiásticas, como festas, congressos, mas não tem fruto. O objetivo de qualquer coisa que fizermos precisa gerar glória para Deus, precisa gerar fruto, fruto de almas convertidas a Jesus.

“Portanto, acolhei-vos (amparar; agasalhar com a Verdade capaz de salvar) uns aos outros, como também Cristo nos acolheu para a glória de Deus.” Romanos 15.7 – RA

E, sabe qual é o fruto que o Senhor procura?
O fruto que permanece.

“Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei (nomeei; convoquei; dei a missão) para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda.” João 15.16 – RA

Não basta apenas ganhar uma vida, precisamos consolidá-la na fé em Cristo Jesus. Precisamos gerá-la no amor de Cristo. Ampará-la com a verdade da cruz. Alimentá-la. Gastar tempo com esta vida. Considerá-la como um verdadeiro irmão na fé, e talvez, sermos para ela uma referência de paternidade espiritual.

Jesus estava batendo na porta, mas a esposa estava tão acomodada em sua cama, repousando, que não ousou levantar-se em tempo oportuno.

Jesus nos chamou para uma obra que tem trabalho. Jesus nunca disse que seria uma tarefa fácil:

1º Porque exige esforço:

“Desde os dias de João Batista até agora, o reino dos céus é tomado por esforço, e os que se esforçam se apoderam dele.” Mateus 11.12 – RA

2º Porque tem pouca gente para muito trabalho:

“E, então se dirigiu a seus discípulos: A seara, na verdade, é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara.” Mateus 9.37-38 – RA

Então, precisamos nos render a Jesus sem reservas para que Ele receba a recompensa do seu sacrifício, e demonstramos isso a Ele quando geramos filhos para Deus.

“Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto; e assim vos tornareis meus discípulos.” João 15.8 - RA

Shalom.
Pra. Nínive Alves.
Deus vos abençoe na mesma proporção que me abençoou com esta palavra.


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